A pecuária brasileira é uma das maiores e mais produtivas do mundo, responsável por abastecer o mercado interno e exportar para dezenas de países. No entanto, o setor também é alvo frequente de críticas relacionadas a desmatamento, emissão de gases de efeito estufa e uso intensivo de recursos naturais. Segundo o advogado Dr. Carlos Alberto Arges Junior, especialista em direito agrário e sustentabilidade no campo, a sustentabilidade na pecuária está longe de ser um mito — embora ainda enfrente desafios para se consolidar como uma realidade plenamente integrada à rotina dos produtores.
A boa notícia é que, nos últimos anos, avanços tecnológicos, novas práticas de manejo e mudanças de mentalidade têm colocado a pecuária em um novo patamar. A adoção de critérios sustentáveis, antes vista como um custo extra, agora é percebida como um caminho estratégico para acesso a mercados, valorização do produto e mitigação de riscos jurídicos e ambientais.

O que significa sustentabilidade na pecuária?
Sustentabilidade na pecuária envolve produzir carne, leite e derivados de forma economicamente viável, ambientalmente responsável e socialmente justa. Isso inclui:
- Manejo racional de pastagens
- Redução de emissões de carbono
- Bem-estar animal
- Uso eficiente da terra, da água e da alimentação
- Regularidade fundiária e cumprimento das leis ambientais e trabalhistas
De acordo com Dr. Carlos Alberto Arges Junior, sustentabilidade não é um conceito abstrato ou ideológico. Trata-se de adotar práticas que garantem a continuidade da atividade no longo prazo, evitando prejuízos, embargos ou perda de competitividade.
Mitos que ainda cercam a pecuária sustentável
Um dos principais mitos é o de que pecuária e sustentabilidade são incompatíveis. Embora o setor já tenha sido um dos principais vetores de desmatamento, isso não significa que não existam alternativas viáveis para produzir com responsabilidade.
Outro equívoco comum é imaginar que apenas grandes propriedades conseguem adotar práticas sustentáveis. Conforme explica Dr. Carlos Alberto Arges Junior, pequenas e médias fazendas também têm acesso a tecnologias acessíveis e podem implementar melhorias significativas com apoio técnico, financiamento adequado e orientação jurídica.
Exemplos concretos de sustentabilidade na pecuária
Hoje, milhares de produtores brasileiros já aplicam práticas sustentáveis com resultados concretos. Entre os principais exemplos, destacam-se:
- Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): sistema que combina diferentes atividades no mesmo espaço, promovendo recuperação de áreas degradadas e aumento da produtividade.
- Pastagem rotacionada: permite maior descanso do solo e melhora na qualidade da forragem.
- Melhoramento genético e nutrição de precisão: reduzem o tempo de abate e, consequentemente, a emissão de metano por animal.
- Rastreabilidade e certificações: como o protocolo Carne Carbono Neutro (CCN), que atesta boas práticas ambientais.
Dr. Carlos Alberto Arges Junior ressalta que a adoção dessas estratégias não só responde às exigências dos consumidores, mas também protege o produtor de sanções ambientais, trabalhistas e fiscais.
O papel do mercado e da legislação
A pressão do mercado consumidor e de compradores internacionais tem sido um dos principais impulsionadores da pecuária sustentável. Países europeus, por exemplo, já condicionam a compra de carne à comprovação de origem livre de desmatamento ilegal e trabalho análogo à escravidão.
Além disso, a legislação brasileira tem avançado em instrumentos de comando e controle, como o Código Florestal, o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e a exigência de conformidade ambiental para acesso a crédito rural.
De acordo com Dr. Carlos Alberto Arges Junior, a adequação legal é o primeiro passo rumo à sustentabilidade. Sem isso, o produtor corre o risco de ter sua atividade embargada, sofrer multas ou perder o direito de comercializar sua produção com grandes compradores e frigoríficos.
Sustentabilidade como oportunidade, não obrigação
Em vez de enxergar a sustentabilidade como um peso, o produtor deve vê-la como uma oportunidade de modernizar sua produção, melhorar a eficiência e abrir novas portas comerciais. Ao adotar práticas responsáveis, o pecuarista reduz custos, melhora a imagem do negócio e se antecipa a exigências regulatórias cada vez mais rigorosas.
Segundo Dr. Carlos Alberto Arges Junior, a pecuária brasileira tem o potencial de ser referência global em produção sustentável, conciliando tradição, inovação e responsabilidade. O caminho está aberto — e quem assumir a dianteira terá vantagens claras em um mercado cada vez mais atento à origem dos alimentos.
Conclusão: sustentabilidade na pecuária é uma realidade em construção
A sustentabilidade na pecuária não é mito — é uma realidade que vem se fortalecendo, ainda que em ritmos diferentes entre regiões e produtores. Com o suporte certo, informação de qualidade e decisões estratégicas, é possível produzir com responsabilidade, gerar lucro e preservar o meio ambiente.
A pecuária sustentável não é o futuro: é o presente para quem deseja continuar prosperando no campo com segurança, competitividade e respeito.
Instagram: @argesearges
LinkedIn: Carlos Alberto Arges Junior
Site: argesadvogados.com.br
Autor: Christian Herman