Na análise do empresário Aldo Vendramin, as associações de criadores exercem um papel estratégico no fortalecimento e na projeção da raça de cavalo crioulo, tanto no Brasil quanto no exterior. Essas entidades, ao congregarem criadores, veterinários, técnicos e entusiastas, são responsáveis por definir padrões, organizar eventos, promover a genética e preservar a cultura ligada ao cavalo crioulo. Mais do que representar os interesses do setor, elas funcionam como verdadeiros centros de articulação, qualificação e difusão de conhecimento.
A preservação genética e a padronização da raça de cavalo crioulo
Um dos principais papéis das associações é garantir a integridade e a evolução da raça crioula por meio de um criterioso controle genealógico. Conforme destaca Aldo Vendramin, essas entidades mantêm registros zootécnicos rigorosos, organizam avaliações morfológicas e funcionais e fiscalizam o cumprimento dos critérios estabelecidos em regulamento. Isso garante que o padrão racial seja respeitado e que a raça mantenha suas principais características: rusticidade, resistência, temperamento equilibrado e aptidão funcional.
Além disso, as associações promovem programas de melhoramento genético, incentivando o uso consciente da inseminação artificial e da transferência de embriões, sempre com base em critérios técnicos e éticos. Esse trabalho garante a evolução qualitativa do plantel sem comprometer a diversidade genética, essencial para a saúde da raça a longo prazo.

Formação e qualificação de criadores e profissionais
Outro ponto de grande relevância é a formação contínua de criadores, tratadores, treinadores e técnicos ligados à cadeia do cavalo crioulo. De acordo com Aldo Vendramin, as associações atuam como centros de capacitação, promovendo cursos, seminários, clínicas e intercâmbios com profissionais experientes e instituições de pesquisa.
Essa qualificação técnica eleva o nível de manejo, alimentação, treinamento e bem-estar animal em todas as fases do ciclo produtivo. Ao capacitar os envolvidos, as associações contribuem para um mercado mais profissionalizado, ético e sustentável, o que fortalece a imagem da raça crioula junto a consumidores, investidores e ao público em geral.
Valorização da cultura e tradição ligada ao cavalo crioulo
A raça crioula carrega consigo um forte componente cultural, ligado às tradições do campo, da lida campeira e da história dos povos do sul do Brasil. Conforme aponta Aldo Vendramin, as associações também desempenham um papel fundamental na preservação dessa herança, promovendo eventos como cavalgadas, concursos de doma, exposições morfológicas e provas funcionais, como o tradicional Freio de Ouro.
Essas atividades mantêm viva a ligação entre homem e cavalo, valorizam o modo de vida rural e reforçam a identidade cultural da raça. Além disso, elas ampliam a visibilidade do cavalo crioulo para além dos círculos técnicos, aproximando a população urbana do universo equestre e gerando oportunidades no turismo, na educação e no entretenimento.
Organização de eventos e fomento ao mercado
As grandes provas organizadas pelas associações movimentam toda a cadeia econômica ligada à raça crioula. Frisa Aldo Vendramin que eventos como o Freio de Ouro, as classificatórias e as feiras agropecuárias não apenas testam o desempenho dos animais, mas também estimulam o comércio de genética, a valorização dos exemplares e a profissionalização dos serviços relacionados.
Esses encontros reúnem compradores, investidores, criadores e marcas patrocinadoras, criando um ambiente propício para negócios e parcerias. A organização eficiente dessas competições, com regras claras e julgamento técnico qualificado, garante a credibilidade da raça e atrai novos interessados, tanto no Brasil quanto no exterior.
Representatividade institucional e defesa de interesses
As associações também cumprem o importante papel de representar os criadores junto a órgãos públicos, instituições reguladoras e fóruns agropecuários. Conforme ressalta Aldo Vendramin, elas atuam na defesa dos interesses da raça, dialogando sobre regulamentações sanitárias, transporte de animais, uso de biotecnologia e normas ambientais.
Essa atuação institucional fortalece o setor, garantindo segurança jurídica, acesso a políticas públicas e inserção da raça crioula em programas de fomento e exportação. Além disso, as associações têm contribuído para a construção de uma imagem positiva da equinocultura, alinhada ao bem-estar animal, à sustentabilidade e à inovação.
Um futuro promissor para a raça com o apoio das associações
O sucesso da raça crioula ao longo das últimas décadas é resultado direto da atuação coordenada e comprometida das associações de criadores. Ao unirem tradição, técnica e visão de futuro, essas entidades ajudam a manter viva a excelência da raça, promovendo seu crescimento com responsabilidade e solidez.
Com o avanço das tecnologias, o fortalecimento das exportações e o aumento da visibilidade internacional, o papel das associações torna-se ainda mais relevante. É por meio delas que o cavalo crioulo seguirá conquistando novos espaços, valorizando suas raízes e abrindo caminhos para novas gerações de criadores e admiradores.
Autor: Christian Herman